Valor Econômico: Ânima gasta R$ 144 milhões para cortar custos e dívida
Em: 28 Março 2023 | Fonte: Valor Econômico
Dona das faculdades São Judas, Anhembi Morumbi, Uni BH também fez demissões, em especial na área administrativa
Com uma alavancagem de quatro vezes o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), a Ânima gastou R$ 144,5 milhões, no ano passado, para reduzir seus custos operacionais e financeiros. Dono da São Judas, Anhembi Morumbi, Uni BH, o grupo adotou várias iniciativas como troca de dívida com taxa de juros menor e emissão de debêntures e CRI (certificados imobiliários), cujos custos somaram R$ 80 milhões.
Houve ainda enxugamento de custos com demissões, em especial na área administrativa, e devolução de imóveis que geraram multas de R$ 64,4 milhões, em 2022.
“Adotamos várias frentes para reduzir o endividamento e os resultados vão aparecer ao longo do ano”, disse Marcus Peixoto, diretor de relações com investidores da Ânima. A empresa classificou o incremento no passivo como um “aumento benigno” que representa uma tendência de redução da alavancagem em 2023. Segundo Botafogo, como é conhecido o executivo, os ganhos dessas ações serão apurados ao longo do ano e há outras negociações em andamento para a redução dos juros. A dívida líquida (bancária) ficou em R$ 2,6 bilhões em 2022. Era de R$ 2,9 bilhões em 2021.
A geração de caixa livre totalizou no ano R$ 604,7 milhões, com queda de 5% em relação a 2021. Houve conversão de 56,5% do Ebitda para o caixa (ou 34,3% ex-IFRS). O Ebitda ajustado subiu 33,7% para R$ 1 bilhão no ano e 12,3%, a R$ 178,7 milhões, no trimestre.
Na última linha do balanço, a companhia registrou lucro líquido de R$ 169,4 milhões no quarto trimestre devido a uma benefício fiscal no valor de R$ 375,4 milhões referente à aquisição da Laureate Brasil. No mesmo período de 2021, a companhia apurou um prejuízo de R$ 152,8 milhões.
No acumulado do ano, o lucro líquido somou R$ 11,5 milhões. Em 2021, teve prejuízo de R$ 81,3 milhões. O resultado anual também foi impactado positivamente pelo uso de créditos tributários de IRPJ e CSLL da compra da Laureate Brasil, transação aprovada em 2021.
A receita líquida ficou estável em R$ 845 milhões, nos últimos três meses do ano. O faturamento dos cursos presenciais (com exceção de medicina) caiu 3,8% devido à combinação de queda de 8,4% no volume de alunos e aumento de 4,2% na mensalidade média. No ensino a distância, a receita subiu 15,7% puxada pelo aumento de 42% no volume de matrículas. O tíquete médio encolheu 10,2%.
