G1: Mais de 600 cursos no Brasil avaliados em 2021 têm qualidade insatisfatória, diz MEC
Em: 28 Março 2023 | Fonte: G1
Fatia é equivalente a 8% do total de graduações analisadas. No outro extremo, 221 cursos (5,2%) tiraram a nota máxima na avaliação do Ministério da Educação.
O Ministério da Educação (MEC) informou, nesta terça-feira (28), que 605 cursos de graduação do país avaliados em 2021 têm qualidade considerada insatisfatória — o equivalente a 8% do total analisado.
Entre essas graduações estão os cursos de licenciatura, como matemática, história, letras e química — que formarão os futuros professores de escolas públicas e privadas.
No total, foram avaliados 7.512 cursos: sendo 4.750 de licenciatura, 2.020 de bacharelado e 742 tecnológicos.
Para chegar a essas conclusões, a pasta levou em conta o Conceito Preliminar de Curso (CPC) e o Índice Geral de Cursos (IGC), explicados mais abaixo.
Licenciaturas
Os cursos de licenciatura, fundamentais para a garantia de uma educação de qualidade no país, são alvo de especial preocupação do MEC.
Em 2021, foram avaliados 17 cursos de formação de professores. Em todos eles, o desempenho dos estudantes ficou abaixo de 50, numa escala de 0 a 100. O curso de licenciatura em ciência da computação foi o que teve a média nacional da nota geral mais baixa: 30,6.
No questionário que os estudantes responderam na avaliação, 63% disseram que pretendiam exercer o magistério como ocupação principal após o término do curso.
Outros 14% também queriam trabalhar como professores, mas informaram que esse não seria seu emprego principal. No entanto, 18% ainda não tinham se decidido e, para 5%, a intenção era trabalhar com outra coisa.
No evento para a apresentação dos dados, o ministro da Educação, Camilo Santana, assinou uma portaria criando um grupo de trabalho com o objetivo de pensar em melhorias para os cursos de licenciatura a fim de torná-los mais atrativos. O grupo terá duração de 60 dias para elaborar um estudo.
O ministro ressaltou a necessidade de se pensar na formação docente. "Se queremos melhorar significativamente a qualidade da educação básica desse país, precisamos fortemente olhar para a qualidade da formação inicial dos nossos professores", disse.